Histórico
Ao final da II Grande Guerra, o Exército Brasileiro passou por uma nova e profunda transformação doutrinária. Neste contexto, as divisões de infantaria (DI), estruturadas nos moldes da Missão Militar Francesa, passaram a ter sua organização com base no modelo norte-americano, praticado com sucesso pela gloriosa Força Expedicionária Brasileira, nos campos de batalha da ITÁLIA. Assim, em 29 de janeiro de 1949, é criada a Artilharia Divisionária da 6ª DI, com sede em CRUZ ALTA-RS e tendo como OM subordinadas os 1º e 2º Grupos do 6º Regimento de Obuses 105mm, sediados em S. LEOPOLDO e CRUZ ALTA, respectivamente, atuais 16º e 29º GAC AP.
Em 1972 tem seu Comando transferido para PORTO ALEGRE, ocupando as atuais instalações e aproximando-se do Comando da já assim denominada 6ª Divisão de Exército. Entre os anos de 1993 e 1998, recebeu a denominação de Comando de Artilharia e Unidades Divisionárias (CAUD/6), incorporando as OM da base divisionária da 6ª DE. Nos anos de 2000 e 2001 a AD/6 passa por novas transformações, com a chegada dos obuseiros autopropulsados 155mm M109A3 ao 16º GAC e a incorporação do 13º GAC 155 AR, de CACHOEIRA DO SUL, como OM subordinada, respectivamente. Em 2014, na esteira do processo de transformação do Exército, o Decreto 8.298, de 15 AGO, que desativou a 6ª DE, também alterou a denominação da AD/6 para Comando de Artilharia do Exército, subordinando-o ao Comando Militar do Sul.
Neste momento, cabe uma especial citação à nossa denominação histórica, concedida por Portaria 546, de 1º SET 1998, a de Artilharia Divisionária Marechal Gastão de Orléans, cuja figura merece ser abordada, em contraposição a algumas interpretações equivocadas sobre sua pessoa. Nascido em 1842, neto do Rei de França, LUIZ FELIPE e o último Conde D’Eu, o jovem GASTÃO teve especial vivência militar antes de desposar a Princesa ISABEL, em OUT 1864, pois ingressara, em 1855, com apenas 16 anos, no exército da ESPANHA, tendo seu batismo de fogo no mesmo ano em AL KANTARA, MARROCOS; promovido a tenente de cavalaria “por méritos de guerra”, participou das batalhas vitoriosas de TETUAM, SOUSSE e GUADRÓS. Finda a guerra, foi matriculado no Colégio de Aplicação de Artilharia em SEGÓVIA, obtendo sua aprovação em 1863. Serviu em 03 regimentos de artilharia espanhóis, quando foi convidado pelo Imperador D. PEDRO II para consorte de sua primogênita.
Acompanhou D. PEDRO na rendição paraguaia, em URUGUAIANA, após o que percorreu a província do RS, onde escreveu extenso relato sobre a terra gaúcha. Em SET 1865 teve negado seu pedido de integrar as tropas de OSÓRIO que seguiriam para o PARAGUAI, obtendo iguais negativas nos anos de 1866/67/68, fruto da influência de sua esposa junto ao imperador, que não desejava ver o marido partir para a já longa guerra. Em NOV 1865 foi nomeado Comandante Geral da Artilharia do Exército. Apenas em FEV 1869, após o regresso de CAXIAS da campanha é que tem seu pedido atendido, assumindo o Comando das Forças da Tríplice Aliança até a vitória final, em 1870. Em 1889, segue com a família real para o exílio decretado pela proclamada república. Na EUROPA, cuida da educação militar de seus filhos, sendo que D. LUIS e D. ANTÔNIO combateram junto ao exército britânico, na I Grande Guerra. Retorna ao BRASIL em JAN 1921, conduzindo os restos mortais de D. PEDRO II e da imperatriz TEREZA CRISTINA. No ano seguinte, já viúvo, recebe convite para as comemorações do centenário da independência; porém, com problemas no coração falece a bordo, em 28 AGO 1922.
Hoje, o Cmdo Art Ex prossegue em sua missão, agora de assessorar o Comandante Militar do Sul em assuntos relativos ao apoio de fogo, de estabelecer o canal técnico da Arma com as AD/3 e AD/5, de acompanhar e orientar o preparo das OM’s de Artilharia subordinadas e vinculadas e, ainda, durante o ano de 2019, transferir sua sede de Porto Alegre para o Forte Santa Bárbara (Formosa-GO), na busca de novas capacidades para a arma de MALLET.
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